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sexta-feira, 29 de abril de 2011

PRONOMES

Os pronomes constituem a classe de palavras categoremáticas, ou seja, são palavras cujo significado é apenas categorial, sem representar nenhuma matéria extralinguística. A análise de um pronome em isolado não permitiria identificar nele um significado léxico dentro de si mesmo, pois seu significado na frase ocorre de acordo com a situação ou outras palavras do contexto.
Assim, o pronome adquire sua classe de acordo com sua função na frase, de acordo com a coesão textual, e por isto os pronomes são substantivos, adjetivos, ou adjuntos. Todavia, ao contrário dessas classes de palavras, o pronome não aceita sufixos aumentativos, diminutivos, e superlativos tais como ão, zão, inho, íssimo, etc, no que são semelhantes aos numerais.
Essencialmente, um pronome é uma única palavra (ou raramente uma forma mais longa) que funciona como um sintagma nominal completo.
A semântica caracteriza o pronome por indicar algo, caracteriza-o como dêixis; dêixis quer dizer apontar para, pois se formos observar, o pronome atua na frase remetendo a algo dentro dela, ou em seu exterior, apontando e se referindo a outros elementos do contexto, situação, discurso.
O pronome (dêixis) divide-se primeiramente em três tipos, de acordo com essa ideia de referência, dêixis ad oculos, dêixis anafórica, dêixis catafórica. Todos estes tipos indicam a condição do pronome em relação aos falantes do discurso.
  • Dêixis Ad Oculos: O dêixis ad Oculos é situacional, um pronome com dêixis situacional aponta para um elemento que está presente para o(s) falante(s).

      É óbvio que isto é melhor que aquilo!

    Na frase sugerida como exemplo, os pronomes substantivos isto e aquilo não se referem aparentemente a qualquer substantivo em específico, pois apontam para algo que apenas durante o enunciado seria possível conhecer, que estaria presente apenas na enunciação.
  • Dêixis Anafórica: Um pronome com dêixis anafórica aponta para um elemento que foi dito ao longo da frase, e que pode ser encontrado através de coesão textual.

      Fui professora durante minha juventude, mas já não o sou agora.

    Na frase sugerida como exemplo, o pronome demonstrativo O remete no caso à profissão de professor do sujeito da frase, já citada anteriormente.
  • Dêixis Catafórica: A dêixis catafórica aponta para um elemento que ainda não foi citado no discurso, ou mesmo que não presente dentro dele.

      Fá-lo-ei, libertarei o Brasil do domínio português.

    Na frase sugerida como exemplo, o pronome demonstrativo O , que é alvo da ação verbal, faz referência ao ato de libertar o Brasil, uma ação que é enunciada apenas após a aparição do pronome.
  • Dêixis em Fantasma: Há um quarto tipo de dêixis estabelecido por K. Brugmann e que se encaixaria no primeiro e no terceiro tipo de dêixis, seria um quarto tipo especial intitulado como Dêixis em Fantasma. A dêixis em fantasma aconteceria em uma conversa hipotética em que o falante transporta o ouvinte a um cenário de fantasia e no qual usa pronomes para apresentar ao ouvinte os supostos elementos ali dispostos. Embora tenha valor dentro de uma consideração psicológica, normativamente não há diferença real, é mais prático ter a Dêixis em Fantasma encaixada nas outras duas categorias.
É ainda de acordo com a semântica que os pronomes classificam-se em vários tipos: pessoais, possessivos, demonstrativos (incluindo nesta classificação também o artigo definido de acordo com o o caso), indefinidos (incluindo nesta classificação também o artigo indefinido de acordo com o o caso), interrogativos, e relativo. - Favor, revisar este trecho. Alguns pronomes são:mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas

Tabela dos pronomes pessoais

Pronomes pessoais

Primeira pessoa Segunda pessoa Terceira pessoa
Singular Plural Singular Plural Reflexivo Masculino Feminino
Singular Plural Singular Plural
Sujeito eu nós tu vós - ele eles ela elas
Objeto direto me nos te vos se o os a as
Objeto indireto me nos te vos se lhe lhes lhe lhes
Objeto preposicionado mim nós ti vós si ele eles ela elas
Comitativo comigo conosco contigo convosco consigo com ele com eles com ela com elas

Pronome substantivo e pronome adjetivo

Como já foi observado, um pronome aponta para algum elemento do enunciado, e localiza este elemento (objeto-substantivo) dentro do enunciado. Quando ele faz referência a um elemento que surge explícito no enunciado, é um pronome adjetivo ou adjunto; quando porém, ele faz referência a um elemento que não foi citado e é encaixado no lugar dele, então caracteriza-se como pronome substantivo ou absoluto.

Pronome Possessivo

São aqueles que se referem às três pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa. Flexionam-se em gênero e número, concordando com a coisa possuída, e em pessoa, concordando com o possuidor.
'Pronomes possessivos

Pessoa Singular Plural
Masc. Fem. Masc. Fem.
Singular meu minha meus minhas
teu tua teus tuas
seu sua seus suas
Plural nosso nossa nossos nossas
vosso vossa vossos vossas
seu sua seus suas

Pronome Possessivo Adjetivo

Como já foi observado, o pronome possessivo atribui posse a alguma das pessoas do discurso; quando o pronome possessivo é empregue ele pode estar se referindo a um objeto que já foi citado e que por isso não precisa ser repetido, ou a um objeto que nem sequer foi citado.
Quando o pronome possessivo faz referência a um substantivo já citado, atribuindo sua posse a um sujeito, ele tem função ADJETIVA ou de ADJUNTO.
  • O MEU casaco é melhor que o SEU.
Os dois pronomes estão adjetivando o substantivo casaco, já citado.

Pronome Possessivo Substantivo

Quando um pronome possessivo faz referência a um substantivo que não foi sequer enunciado, ele acaba cumprindo o papel desse substantivo ausente dentro da frase, e é portanto um pronome possessivo substantivo ou também chamado pronome possessivo absoluto.
  • O MEU é melhor que o TEU.
Os dois pronomes estão referindo à posse de algo que não foi citado na frase e estão No lugar dele.

Pronome Indefinido

São aqueles que se referem a substantivos de modo vago, impreciso ou genérico. São pronomes indefinidos aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo, ou em quantidade, indeterminada. Um pronome indefinido pode ser variável ou invariável. Consoante a função que desempenham, podem ser classificados de pronomes indefinidos substantivos — quando substituem nomes — ou de pronomes indefinidos adjectivos — quando estão antes de um nome, determinando-o.

Pronomes Indefinidos Substantivos

Pronomes Indefinidos Substantivos
Tudo, todo (toda, todos, todas), algo, alguém, algum (alguma, alguns, algumas)
um (uma, uns, umas), nada, ninguém, nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas),
o mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas), outrem, outro (outra, outros, outras),
vários (várias).

Pronomes Indefinidos Adjetivos

Pronomes Indefinidos Adjetivos
Todo (toda, todos, todas), algum (alguma, alguns, algumas),
um (uma, uns, umas), nenhum (nenhuma, nenhuns, nenhumas),
certo (certa, certos, certas), qualquer (quaisquer),
o mesmo (a mesma, os mesmos, as mesmas), outro (outra, outros, outras),
cada, vários (várias).
Nota: A disposição das palavras no enunciado muda o sentido do texto, bem como sua classificação.
  • "Certos objetos chegam na hora certa."
A primeira ocorrência da palavra ‘certos’ é realmente um pronome indefinido adjetivo variável, porém a segunda ocorrência é um adjetivo.

Pronome Relativo

O pronome relativo é em geral um pronome de dêixis anafórica, ou seja, um pronome de retorno que está apontando para algo que já foi citado, para um elemento anterior. Afora isto, o pronome relativo pode apresentar dois diferentes papéis gramaticais, esse com dêixis anafórica, e ainda o de transpositor de oração.
  • Bloquearam a página para edição, a qual ficou incompleta. (pronome relativo a qual)
  • Ela me mostrou uma página de usuário que estava em branco! (pronome relativo que)
Pronomes Relativos
Qual, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas,
Que, Quanto, Quantas, Quantos, Onde
A) Transpositor de Oração Pronome Relativo Que: O transpositor pronome relativo que age fazendo a ligação de duas orações independentes uma da outra, e quando isto ocorre uma delas fará adjetivação se tornando adjunto adnominal daquilo apontado.
  • Eles são wikipedistas [que] trabalham em artigos novos.
Eles são wikipedistas + Os wikipedistas trabalham em artigos novos.
Nota: Quem funciona como pronome relativo quando aponta para elementos citados, e é precedido de preposição.
  • Ele foi o wikipedista de quem mais se falou.

Pronome Interrogativo

Os pronomes interrogativos consistem em pronomes relativos (quem, que, qual quanto e variações) com referência a pessoas e coisas, e são utilizados em perguntas diretas ou indiretas.
  • Quem viu este artigo?
  • Quem editou este artigo?
  • Que bloqueio, senhor administrador?
  • Que editaste?
  • Qual administrador editou?
  • Qual foi feito?
  • Quantos eram?
  • Quantos artigos editou?
  • Quem fez este serviço?
Quem: Em linhas gerais faz referência a indivíduos, e é um pronome substantivo.
Que: Em linhas gerais faz referência a indivíduos e coisas, ou indicador de seleção como no quarto exemplo, e é um pronome substantivo e adjetivo.
Qual: Em linhas gerais busca fazer uma diferenciação, selecionar, e é pronome adjetivo.
Nota: O que: é uma forma enfatizada de Que;
Nota: Quem também pode ser caracterizado como pronome relativo indefinido de uso absoluto.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pronome#Tabela_dos_pronomes_pessoais

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: 
Informativa e de reconhecimento; 
Interpretativa. 
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. 
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RESPECTIVAMENTE, etc, pois fazem diferença na escolha adequada. 
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor.

ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL 

Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas: 
Declaração inicial; 
Definição; 
Divisão; 
Alusão histórica. 
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. 
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida. 
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.

OS TIPOS DE TEXTO 

Basicamente existem três tipos de texto: 


Texto narrativo; 
Texto descritivo; 
Texto dissertativo. 
Cada um desses textos possui características próprias de construção.
DESCRIÇÃO 
Descrever é explicar com palavras o que se viu e se observou. A descrição é estática, sem movimento, desprovida de ação. Na descrição o ser, o objeto ou ambiente são importantes, ocupando lugar de destaque na frase o substantivo e o adjetivo. 
O emissor capta e transmite a realidade através de seus sentidos, fazendo uso de recursos lingüísticos, tal que o receptor a identifique. A caracterização é indispensável, por isso existe uma grande quantidade de adjetivos no texto. 
Há duas descrições: 
Descrição denotativa 
Descrição conotativa.

DESCRIÇÃO DENOTATIVA 

Quando a linguagem representativa do objeto é objetiva, direta sem metáforas ou outras figuras literárias, chamamos de descrição denotativa. Na descrição denotativa as palavras são utilizadas no seu sentido real, único de acordo com a definição do dicionário.
Exemplo: 
Saímos do campus universitário às 14 horas com destino ao agreste pernambucano. À esquerda fica a reitoria e alguns pontos comerciais. À direita o término da construção de um novo centro tecnológico. Seguiremos pela BR-232 onde encontraremos várias formas de relevo e vegetação. 
No início da viagem observamos uma típica agricultura de subsistência bem à margem da BR-232. Isso provavelmente facilitará o transporte desse cultivo a um grande centro de distribuição de alimentos a CEAGEPE. 

DESCRIÇÃO CONOTATIVA

Em tal descrição as palavras são tomadas em sentido figurado, ricas em polivalência.
Exemplo: 
João estava tão gordo que as pernas da cadeira estavam bambas do peso que carregava. Era notório o sofrimento daquele pobre objeto. 
Hoje o sol amanheceu sorridente; brilhava incansável, no céu alegre, leve e repleto de nuvens brancas. Os pássaros felizes cantarolavam pelo ar. 

NARRAÇÃO 

Narrar é falar sobre os fatos. É contar. Consiste na elaboração de um texto inserindo episódios, acontecimentos. 
A narração  difere da descrição. A primeira é totalmente dinâmica, enquanto a segunda é estática e sem movimento. Os verbos são predominantes num texto narrativo. 



O indispensável da ficção é a narrativa, respondendo os seus elementos a uma série de perguntas: 


Quem participa nos acontecimentos? (personagens); 
O que acontece? (enredo); 
Onde e como acontece? (ambiente e situação dos fatos). 
Fazemos um texto narrativo com base em alguns elementos: 
O quê? - Fato narrado; 
Quem? – personagem principal e o anti-herói; 
Como? – o modo que os fatos aconteceram; 
Quando? – o tempo dos acontecimentos; 
Onde? – local onde se desenrolou o acontecimento; 
Por quê? – a razão, motivo do fato; 
Por isso: - a conseqüência dos fatos. 



No texto narrativo, o fato é o ponto central da ação, sendo o verbo o elemento principal. É importante só uma ação centralizadora para envolver as personagens. 
Deve haver um centro de conflito, um núcleo do enredo. 
A seguir um exemplo de texto narrativo: 
Toda a gente tinha achado estranha a maneira como o Capitão Rodrigo Camborá entrara na vida de Santa Fé. Um dia chegou a cavalo, vindo ninguém sabia de onde, com o chapéu de barbicacho puxado para a nuca, a bela cabeça de macho altivamente erguida e aquele seu olhar de gavião que irritava e ao mesmo tempo fascinava as pessoas. Devia andar lá pelo meio da casa dos trinta, montava num alazão, trazia bombachas claras, botas com chilenas de prata e o busto musculoso apertado num dólmã militar azul, com gola vermelha e botões de metal. 
(Um certo capitão Rodrigo – Érico Veríssimo) 
A relação verbal emissor – receptor efetiva-se por intermédio do que chamamos  discurso. A narrativa se vale de tal recurso, efetivando o ponto de vista ou foco narrativo. 
Quando o narrador participa dos acontecimentos diz-se que é narrador-personagem. Isto constitui o foco narrativo da 1ª pessoa. 
Exemplo: 
Parei para conversar com o meu compadre que há muito não falava. Eu notei uma tristeza no seu olhar e perguntei: 
- Compadre por que tanta tristeza? 
Ele me respondeu: 
- Compadre minha senhora morreu há pouco tempo. Por isso, estou tão triste. 
Há tanto tempo sem nos falarmos e justamente num momento tão triste nos encontramos. Terá sido o destino? 
Já o narrador-observador é aquele que serve de intermediário entre o fato e o leitor. É o foco narrativo de 3ª pessoa. 
Exemplo: 
O jogo estava empatado e os torcedores pulavam e torciam sem parar. Os minutos finais eram decisivos, ambos precisavam da vitória, quando de repente o juiz apitou uma penalidade máxima. 
O técnico chamou Neco para bater o pênalti, já que ele era considerado o melhor batedor do time. 
Neco dirigiu-se até a marca do pênalti e bateu com grande perfeição. O goleiro não teve chance. O estádio quase veio abaixo de tanta alegria da torcida. 
Aos quarenta e sete minutos do segundo tempo o juiz finalmente apontou para o centro do campo e encerrou a partida.

 FORMAS DE DISCURSO 

Discurso direto; 
Discurso indireto; 
Discurso indireto livre. 

DISCURSO DIRETO 

É aquele que reproduz exatamente o que escutou ou leu de outra pessoa. 
Podemos enumerar algumas características do discurso direto: 
- Emprego de verbos do tipo: afirmar, negar, perguntar, responder, entre outros; 
- Usam-se os seguintes sinais de pontuação: dois-pontos, travessão e vírgula. 
Exemplo: 
O juiz disse: 
- O réu é inocente. 

DISCURSO INDIRETO 

É aquele reproduzido pelo narrador com suas próprias palavras, aquilo que escutou ou leu de outra pessoa. 
No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação e usamos conjunções: que, se, como, etc. 
Exemplo: 
O juiz disse que o réu era inocente. 

DISCURSO INDIRETO LIVRE

 É aquele em que o narrador reconstitui o que ouviu ou leu por conta própria, servindo-se de orações absolutas ou coordenadas sindéticas e assindéticas.
 Exemplo:
 Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando”. (Graciliano Ramos).

Fonte: Internet