Páginas

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Bullying: a palavra do momento

Não há quem ainda não tenha escutado um termo bastante discutido, principalmente no âmbito escolar: o bullying. O termo em inglês é utilizado para definir atos de violência, podendo ser físicos ou psicológicos, praticados por uma ou um grupo de pessoas contra outra pessoa. As ações causam um sentimento de humilhação e impotência em quem sofre.

O assunto ganhou o mundo nos últimos dias quando um adolescente de 16 anos, na Austrália, reagiu a xingamentos de outros adolescentes que o chamavam de gordinho. Aqui no Brasil o assunto estampou capas de jornais, quando um jovem de 23 anos, entrou numa escola pública do Rio de Janeiro, disparou 60 tiros, matou 12 adolescentes e feriu outros tantos.

Para entender o assunto e compreender porque o bullying está presente, principalmente, no universo infantil, o Planeta Mãe conversou com a psicóloga e orientadora educacional Silvana Vieira.

Por que, em geral, as crianças praticam o bullying?

Na verdade nem todas as agressões e apelidos entre crianças podem ser considerados bullying, porque geralmente há o revide. Nas crianças maiores pode ser por uma necessidade de afirmação e/ou a repetição de um comportamento praticado ou exaltado em outro contexto.

Existe uma faixa etária em que o bullying é mais praticado

Acredito que a pratica do bullying não está relacionado a faixa etária e sim a condução que os episódios podem ter do adulto mediador e/ou dos envolvidos.

Como os pais podem identificar que os seus filhos sofrem bullying?

Observando os possíveis sinais que ele(a) pode mostrar, como, por exemplo, a esquiva para frequentar determinados lugares, apatia, repentes de tristeza ou agressividade. Comportamentos que não sejam comuns no cotidiano do filho(a).

E como podem identificar quem pratica as agressões?

Tanto quem sofre como quem pratica demonstram sinais que podem ser percebidos pelos pais a partir de observações do comportamento, das atitudes em casa com irmãos, amigos e pessoas do convívio em geral.

Na hora de saber que o seu filho comete atos discriminatórios, como os pais devem agir?

Os pais não podem ser coniventes com os filhos, têm que agir de maneira firme e pontuada, sempre conversando e mostrando que as consequências dessas ações não ficarão apenas para quem sofre com a descriminação, mas também para quem as pratica.

E como devem agir, na hora de ver que seu filho é vítima?

Dependendo do caso, valorizando a capacidade de resolução que este filho possa ter, enfatizando as qualidades dele e de quem esta praticando para que ele possa fortalecer a auto-confiança e auto-estima. Nos casos mais graves é necessário buscar ajuda profissional.

Como então saber que está na hora de buscar uma ajuda especializada?

Quando as provocações causam uma certa impotência de quem sofre.

Qual a importância da participação da escola no combate a esse “mal”?

Assim como a da família: fundamental. A escola é um espaço de interações que oportunizam a problematização e reflexão de diversas atitudes importantes para a formação do sujeito, seja ele criança ou adolescente.

Quais os prejuízos que o bullying pode levar para o futuro, tanto para as crianças que o praticam, quanto para as que são vítimas?

Para os que praticam, pode transformá-los em adultos com dificuldade de formar vínculos saudáveis, pessoas intolerantes e infratores, entre outros prejuízos no comportamento na vida adulta. No caso de quem sofre, são outros comprometimentos como insegurança, dificuldade para se relacionar com outras pessoas, dificuldades na vida pessoal e profissional.

É importante lembrar que não existe uma regra para as consequencias do bullying. Aaté porque, dependendo de como a família e a escola conduzam o possível caso,  pode ser muito enriquecedor para a formação de todos os envolvidos.


Postagem: Silvia de Deus

Nenhum comentário:

Postar um comentário